quarta-feira, 9 de julho de 2014


Por que olhar por partes, sem antes compreender o todo? Por que enxergar a deficiência antes mesmo de saber mais sobre aqueles que não andam, não enxergam ou não ouvem? Por que apontar o que o outro não pode fazer, antes de perguntar o que ele tem a oferecer?

Reflexão a partir do texto:

O MODELO DOS MODELOS
Ítalo Calvino

A abordagem das pessoas com deficiência somente no presente tem encontrado uma perspectiva mais positiva, ainda sim convive com a constante desconfiança, com o assistencialismo e com a resistência. É um comportamento em modelagem. Embora sistematicamente menor, é uma realidade a relutância e a recusa em aceitar a necessidade e direito de um tratamento igualitário em todas as faces da vida. Na medida de suas diferenças, as pessoas têm o direito de receber um tratamento digno, justo e equitativo, bem como os suportes necessários para que possam exercer a sua cidadania e seus direitos. Dessa forma também é na educação, que a partir da Constituição de 1988 e com o reforço da LDBEN/1996, se trata de um direito de todos e que, sempre que possível, deve ser acessada na rede regular. O aluno com deficiência, seja ela da natureza que for, deve ser inserido no meio regular, para que possa se beneficiar e beneficiar os demais com a diversidade e com as estratégias e ganhos que revestem a sua presença e abordagem. O Atendimento Educacional Especializado (AEE) é uma porta para essa equiparação, para o oferecimento de igualmente. Mas...
Embora explicitamente a sociedade escolar e geral se declare em uma fase de abertura, nem sempre a realidade ocorre dessa maneira. Alunos e professores podem ter resistências à presença educacional da pessoa com deficiência, seja por não saber como lidar com aquela necessidade, seja pelas demandas que a presença traz à prática profissional ou menos por conceitos anteriormente formados que impedem o contato pleno com a realidade. Implicitamente, na verdade, há muito da vida de Palomar em sua época de desejo de perfeição, porque dentro daquela harmonia pretendida, transportando para a educação, lhe pareceria tão mais fácil aplicar o educacional, os projetos, os objetivos. Se os alunos não fossem tão diferentes...
Mesmo assim, como estamos em um processo de migração, de mudança de conceitos, uma parte significativa, ainda que possa relutar com seus valores de resistência (e outros não que não possuem essa questão) se empenham para o aproveitamento das diferenças e de suas possibilidades. Na variedade humana conseguem compreender o quadro que pode ser tecido se cada configuração for respeitada e dela for retirado, em sua pessoalidade o melhor. Esse grupo representa o todo docente e educacional, bem como social, que investe nas metodologias diferenciadas orientadas às diversidades que podem ocorrer na educação, não apenas as que se referem à educação inclusiva e especial. Contudo, da mesma forma que Palomar, esse grupo que vive tal fase de transição também corre o risco de desenvolver uma modelagem da diversidade que sirva “para todos” e o que para todos serve, em verdade não serve a ninguém. O grande desafio do momento presente é também igual ao da vida intermediária de Palomar e, dessa forma, implica no reconhecimento da não existência de fórmulas e da pessoalidade, para que não se caia no mal da padronização mesmo do diverso, massificando o que se trabalha para tornar diferente.

Esse é o caminho futuro para o qual a educação e também o AEE como suporte rumam no cenário educacional para obter. Oferecer a possibilidade do ensino geral, dentro da individualidade, da pessoalidade e da necessidade de cada um. O AEE é mais próximo disso, desenha-se pelo aluno e por ele, e a educação está em construção dessa modelagem. É preciso apagar os modelos e todos os modelos e empreender, como desafio do AEE e da educação, uma práxis capaz de comportar a diferença, a deficiência, o desconhecido, a necessidade, bem como a potencialidade, a riqueza, a abrangência e o ganho do convívio. Uma prática que não tenha modelos, mas que construa todos os dias. 

Referências:
CALVINO, Ítalo - PALOMAR, São Paulo : Companhia das Letras, 2004;

BRASIL, LDB 9394/96 - ACESSADO EM 06/07/2014 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm

BRASIL,  CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988          ACESSADO EM 06/07/2014  http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm



sábado, 7 de junho de 2014

RECURSOS DE BAIXA TECNOLOGIA  UTILIZADOS COMO FACILITADORES NA COMUNICAÇÃO DA PESSOA COM AUTISMO

         
          O principal objetivo do recurso de baixa tecnologia que será apresentado a seguir, é contribuir na ampliação das habilidades funcionais das pessoas com autismo e  consequentemente promover maior independência e comunicação.

Cartões de Comunicação
Os cartões de comunicação confeccionados de acordo com a necessidade da pessoa que irá utiliza-lo, onde são inseridos símbolos, figuras, fotos, que representem um vocabulário variado e de fácil manuseio,  podem ser utilizados em vários ambientes de acordo com o contexto que a criança se encontre. As figuras escolhidas para os cartões devem ser o mais próximo possível da realidade da criança para que possa dar sentido e ver funcionalidade no seu uso.
Estes cartões podem ser levados pela pessoa para todos os lugares, uma vez que apresentam-se em tamanho pequeno e ainda podem ser unidos por argolas (como chaveiro) ou em formato de carteira de bolso.

     Estes cartões podem ser utilizados como meio de comunicação receptiva e expressiva com crianças com autismo, que esteja na fase simbólica de comunicação.



Os cartões podem ser utilizados nos mais diversos contextos...

E adequados para qualquer lugar onde a pessoa necessite utiliza-lo.

Aqui, sendo confeccionados cartões por meio de software, com a identificação familiar.




terça-feira, 3 de junho de 2014



A Inclusão do aluno especial na Escola Agrícola Arnaldo Estevão de Figueiredo


A inclusão dos alunos especiais em nossa escola ocorre de forma natural, já que estes fazem parte de todas as atividades propostas pela escola.
Seguem abaixo algumas imagens de momentos de aprendizagem e envolvimento dos alunos:


Aqui, alunos e professores participando de evento cultural regional na escola
Artistas regionais

 

 


Projeto elaborado e desenvolvido pela professora Sandra que ministra aulas de Espanhol, mas, ama artesanato e plantio de mudas, em parceria comigo professora do AEE.

Plantio, cuidado e ornamentação de um dos jardins da escola.
  








                                    Projeto Natal/2013

Desenvolvido com alunos de diversos anos, inclusive alunos especiais dispostos a produzir no horário de almoço. Os alunos especiais participaram também nos horários de atendimento do AEE, uma vez que este trabalho desperta e desenvolve várias percepções, proporcionando interação entre o prazer e a aprendizagem.
Árvore de Natal grande (confeccionada com material reciclável)
Alunas produzindo
Presépio confeccionado com rolinhos de papel higiênico/papel toalha e palhas naturais.

Árvores pequenas confeccionadas com rolinhos de papel higiênico.


Estas árvores foram utilizadas como centro de mesa e lembrancinha. (Formatura do Ensino médio/2013)



 As imagens abaixo referem-se às aulas práticas realizadas uma vez por semana por cada sala.

 
Colheita de verduras

Alimentação dos porcos


Horta convencional

Limpeza dos recipientes do aviário

Escovação dos cavalos

Limpeza do setor de bovinocultura

Bovinos

Limpeza e preparação do solo para plantio de mandioca.

Cuidados com a horta orgânica.

Alimentação das galinhas.




domingo, 25 de maio de 2014



Um pouco sobre a escola em que atuo:


Escola Municipal Agrícola Governador Arnaldo Estevão de Figueiredo





Situada na região de Três Barras, a 35 quilômetros de Campo Grande. Com vocação para atividade de agricultura, pecuária e hortifrutigranjeira.
Recentemente despertando para o Turismo Rural.
Tipologia especial, voltada para o Ensino Fundamental, séries iniciais, finais e Curso de Educação Profissional Técnica de Nível Médio Integrada ao Ensino Médio com habilitação - Técnico em Agropecuária.
Atende as expectativas da comunidade escolar e da demanda do mercado de trabalho. É referência em pré-qualificação e qualificação profissional exigida no mundo atual.
Considera a diversidade socioeconômica e cultural da região, na definição dos projetos.
Atende preferencialmente os alunos da região. Disponibiliza transporte escolar municipal para todos os alunos. Oferece ainda, atendimento médico e odontológico a toda comunidade. 
Produz parte dos alimentos que são servidos durante as refeições aos alunos.













sábado, 24 de maio de 2014

Inclusão e Sentidos: entre edifícios e tendas


Reflexão acerca do texto:  Inclusão e Sentidos: Entre edifícios e Tendas

1. Por que o autor utilizou a expressão entre edifícios e tendas?
O diálogo que o autor desenvolve a respeito da inclusão, com foco na inclusão escolar, se desenvolve considerando tanto os paradigmas, os conceitos já estabelecidos e firmados (corretos ou não, justos ou não) e os novos caminhos e perspectivas. Nesse sentido, se esforça em valorizar as vias de criação dos novos caminhos, da flexibilidade, do conhecimento e da renovação a respeito de questões como a inclusão, rompendo a forte tendência à separação e a minimização das exigências, rumo à completa acolhida. Os edifícios são fortes, rígidos, sólidos, como os paradigmas, que levam tempo para ter suas fundações revistas e estruturas revisitadas. As tendas têm a flexibilidade na medida certa, a abertura necessária e a acolhida para a renovação sem o sufocamento e endurecimento dos edifícios e as que existem efetuam esse trabalho, sendo um desafio pedagógico construir novas.

2. Como você analisa a relação Educação-Diferença?
A relação entre educação e diferença pode ser simbolizada como o oferecimento de oportunidades educacionais para todos, dentro de suas diferenças, com o aproveitamento e destaque de suas potencialidades e com oportunidades para que, dentro da escola, possam crescer e encontrar sentido para as práticas ali disseminadas. É uma relação ideal, nessa descrição, mas que está sendo construída com o rompimento sistemático dos paradigmas instituídos nas bases didáticas e metodológicas da educação brasileira, rumo a novas tendências, mais flexíveis e eficientes, de posicionar a educação como prática vinculada a vida do indivíduo e eficiente, seja qual for a sua condição ou especificidade. A educação e a diferença se vinculam no momento em que a escola se torna capaz de oferecer educação igual em oportunidade e qualidade na medida didática e metodológica ajustada para cada diferença, sendo este um desafio docente que deve ser aportado pelos demais atores educacionais.

3. Em que medida as ideias discutidas pelo autor possibilitam compreender e/ou potencializar as situações de inclusão escolar experienciadas em instituições educativas?
Durante muito tempo a educação foi voltada a atender um quesito em que os que divergiam foram sistematicamente excluídos e posicionados em um sistema acessório que realizava o desenvolvimento minimizado de sua educação. No presente, esse processo tem sido revertido e a inclusão educacional possibilidade que ocorra uma relação realmente efetiva entre educação e diferença, entre educação e a mais variada diversidade. Naturalmente que este processo tem sido construído no decorrer do tempo e a desconstituição de paradigmas e sua total acolhida ainda são projetos futuros, mas, atualmente, a relação educação e diferença se dá no respeito pela diversidade, na ação docente como real mediadora e efetivadora de pontes de conhecimento, a tal ponto de criar sentido e envolvimento na ação de ensino e aprendizagem para as mais variadas parcelas educacionais e na reflexão de quais sentidos são efetivamente importantes para a constituição de uma oportunidade educacional igualitária, aberta e eficiente para todos. Nesse sentido, os edifícios tradicionalistas que ainda existem e têm muito peso em muitas das escolhas educacionais influenciam no desenvolvimento de uma acolhida completa, mas há muitas tendas em construção para, com o tempo, esse cenário ideal e completo em permitir uma educação para todos se consolide. Por essa razão, nos encontramos em um constante processo de trâmite entre edifícios e tendas, remodelando estruturas sólidas e construindo novas e fluídas para uma educação realmente inclusiva e aberta para todos.

Fontes Consultadas:
BAPTISTA, C. R.. A inclusão e seus sentidos: entre edifícios e tendas.
Disponível em: http://teleduc.proinesp.ufrgs.br/cursos/diretorio/leituras_501_88//inclusao_sentidos_claudio_baptista.pdf?1399750077>. Acesso em: 10 de maio de 2014.
http://teleduc.uab.ufrgs.br/cursos/diretorio/atividades_505_14//video_palestra_claudio_1.html
http://teleduc.uab.ufrgs.br/cursos/diretorio/atividades_505_14//video_palestra_claudio_2.html


Estas imagens ilustram um pouco da cidade de Campo Grande, capital do estado de Mato Grosso do Sul.
Terra que eu aprendi a amar e que me acolheu há 37 anos quando ainda não era essa cidade majestosa e urbana como se vê hoje, mas, que ainda mantem muito do sabor de interior, onde ainda acordamos com o canto dos pássaros, o passeio de bandos de papagaios, araras e tucanos e é isso que me faz amar cada vez mais a terra onde cresci, me tornei mulher, constituí família e onde Deus me permitiu ver meu neto nascer!!!!

EU AMO TUDO ISSO!!!

sexta-feira, 18 de abril de 2014


 




SURDOCEGUEIRA E DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS (DMU) – APRENDENDO A DIFERENCIAR

            É comum que as pessoas confundam indivíduos que tem perda concomitante da visão e da audição com indivíduos de múltiplas deficiências. Há, é verdade, algumas semelhanças mas os dois casos apresentam um perfil central diferenciado e ao professor é fundamental saber como separar cada situação e como intervir em cada quadro.

O primeiro passo é saber no que se diferenciam a surdocegueira e a DMU.
O indivíduo que é surdocego possui uma perda total ou parcial da visão e da audição, de modo conjunto e essa perda se manifesta de tal forma que o seu desenvolvimento e interação acabam sendo comprometidos. Pode ser uma condição adquirida desde o nascimento, por causas relacionadas ao indivíduo ou exteriores a ele, mas também pode ser uma situação adquirida por fatores variados associados ao ambiente e as condições de vida experimentadas. Mas, quando alguém atinge este quadro, o tato, na grande maioria das vezes passa a ser o seu meio principal de interação com o mundo e sua comunicação passa a ser realizada com o uso de linguagens acessórias, que permitam tanto a ele receber quanto repassar informações. Muitas vezes, o potencial de aprender, a capacidade de aprendizado está ali de um modo intacto, requerendo apenas a mediação para que possa ser desenvolvido.
Já as Deficiências Múltiplas geralmente ocorrem entre alunos que possuem uma situação mais grave de acometimentos e que apresenta efeitos que podem afetar muito severamente o progresso acadêmico e social do indivíduo. Em geral, são atingidas as capacidades de comunicação, interação social e também há comprometimentos físicos, de tal modo que a DMu atinge a cognição, o estado físico e o mental da pessoa, de modo concomitante. O indivíduo pode aprender, é claro, mas requer que as adaptações e que o acompanhamento seja exatamente modelado para que possa obter o máximo em suas limitações.
Quais são as necessidades básicas desses alunos?
Ambos os casos têm uma necessidade, em maior ou menor grau, de mediação com o meio e o professor, bem como os atores educacionais competentes, devem agir na promoção de um melhor engajamento e equiparação educacional. A comunicação, no caso do surdocego, é um dos eixos de partida – é preciso que ele possa entender o mundo e se fazer entender e a escola é uma via dessa finalidade. Os estímulos e um programa didático e metodológico apto a oferecer as adaptações e ajustes necessários são capazes de permitir que um aluno nessa condição possa ler, escrever e ser autônomo, desde que esse processo seja visto como um desafio conjunto no qual o professor não está isolado nesse sentido e a sala de recursos e demais atores educacionais somem para oferecer as adaptações e condições necessárias. No caso dos indivíduos com DMu, a tecnologia assistiva e também as estratégias de mediação do aprendizado, especialmente estimulando a sua zona de desenvolvimento proximal de modo criterioso e planejado, são algumas das alternativas disponíveis. Nos dois casos, o professor deverá descobrir os caminhos para adaptar, os caminhos de fazer melhor uma mediação completa entre esses indivíduos, transpondo o que para eles é complexo e oferecendo caminhos para que possam, por si, se desenvolver. O surdocego, com sua necessidade de interagir e de ser compreendido, o indivíduo com DMu com sua necessidade de percepção dos potenciais e inserção mediada no meio.
Quais as estratégias utilizadas para o estabelecimento da comunicaçãoAmbos precisam, fundamentalmente, ter uma ação focada na comunicação e isso apenas é possível com um trabalho que interprete o indivíduo de modo pessoalizado, que desenvolva metodologia e didática eficientes o suficiente para promover a integração desses alunos. Não se trata unicamente de mediar em sala de aula e em atividades formais o conhecimento, mas também de oferecer estratégias que sirvam de ponte para essa finalidade, para que possam se comunicar, mas que tenham outras opções de desenvolvimento – como por exemplos jogos e brincadeiras. A aplicação desses recursos, por sua vez, deve ser feita sempre pensando nas necessidades de cada indivíduo e no quanto aquela interação irá colaborar para que possa canalizar a sua expressão, integrar-se com o meio, ser mais aceito e integrado e tornar-se suficiente em suas expressões e inter-relações com o ambiente e com os demais. Assim, não existe uma receita de estratégias, mas essas diretrizes apoiam uma seleção metodológica eficiente em promover a comunicação entre essas duas parcelas educacionais, cada uma a sua forma e cada qual conforme suas necessidades.

Referências
BLAHA, Robbie. Calendários - Para Alunos com múltiplas deficiências Incluindo surdocegueira. Escola Texas para Cegos e com Baixa Visão – 2003. Tradução em 2005 – Projeto Horizonte. Tradução: Márcia Maurilio Souza. Revisão: Shirley Rodrigues Maia e Lília Giacomini.
BOSCO, Ismênia C. M. G.; MESQUITA, Sandra R. S. H.; MAIA, Shirley R. Coletânea UFC-MEC/2010: A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar - Fascículo 05: Surdocegueira e Deficiência Múltipla (2010). Capítulo 4 - A escola comum e o aluno com surdocegueira. Capítulo 5 - Deslocamento em trajetos. Capítulo 6 - Pessoa com surdocegueira.
BRENNAN, Vickie, PECK, Flo, LOLLI, Dennis. Sugestões para modificação do Ambiente em Casa e na Escola - Um manual para pais e professores de crianças com surdocegueira. Tradução José Carlos Morais (2004). Revisão e Adaptação para o português do Brasil: Shirley Rodrigues Maia  e Lília Giacomini.
OLSON, M. R, GELHAUS M.M. Utilizando Cor e Contraste para modificar o ambiente educacional de alunos com deficiência visual e múltipla deficiência. Using color and contrast to modify the educational environment for the students with impairment and multiple disabilities (M.M. Gellhaus; M.R. Olson). Tradução: Laura Lebre Monteiro Anccilloto (2007). Revisão: Lilia Giacomini (2009).

ROWLAND Charity e SCHWEIGERT Philip - Soluções Tangíveis para Indivíduos Com Deficiência Múltipla e ou com Surdocegueira. Apostila In mimeo. Tradução Acess. Revisão: Shirley R. Maia - 2013.

sábado, 8 de março de 2014





EDUCAÇÃO ESCOLAR DE PESSOAS COM SURDEZ – ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO EM CONSTRUÇÃO:

Regina Valiente de Paula

Na educação de pessoas surdas, especialmente na proposição do ensino regular, é comum o embate entre correntes oralistas e gestualistas, em busca de definir qual seria a melhor opção. O surgimento do bilinguismo, que traz uma posição de meio termo nessa proposição, retirando o protagonismo da língua portuguesa e equipando em importância a aquisição da linguagem de sinais com a mesma, trouxe uma nova dimensão às práticas, mas, ainda pouco se sabe, se registrou ou se conhece quanto aos efeitos práticos do bilinguismo, especialmente no cenário brasileiro.
O processo de inclusão é pautado no oferecimento de oportunidades educacionais equitativas, no qual todos poderão ter acesso a vias de desenvolvimento de seu conhecimento e progressão educacional, como parte de sua cidadania. Por essa razão, a superação dos debates entre oralismo e gestualismo é fundamental para o estabelecimento de um aprendizado focado no aluno e em sua equiparação aos demais, em oportunidades e chances de aprendizado. Há uma severa dificuldade no estabelecimento de práticas para as pessoas com surdez, mas, a reflexão docente se configura como uma das chaves. O ensino do indivíduo surdo não tem como barreiras, na maioria das vezes, dificuldades ou limitações em poder aprender o conteúdo. O intelecto está ali, apto e pronto para aprender, mas, as práticas precisam ser repensadas e reavaliadas para servirem a esta parcela populacional.
Privilegiar uma ou outra língua cria uma não igualdade, uma dualidade que não é bem-vinda na educação inclusiva. É preciso que as práticas pedagógicas sejam eficientes em ensinar, em educar, em formar. Nesse sentido, a tendência bilíngue tende a ser o caminho mais acertado a ser seguido, porém, ainda em construção porque demanda intensa reflexão e preparação por parte dos docentes, especialmente na abordagem da realidade e contextualização destes alunos.
O fracasso educacional dos alunos com surdez seria, portanto, bem menos ligado ao tipo de ensino (oralista ou gestualista) e bem mais associado à qualidade da transposição dos conteúdos para o aluno e sua realidade. Assim, não é o que ensinar, mas como ensinar. E uma vez que este como esteja resolvido, é preciso posicionar em pé de igualdade a língua mãe do surdo, a língua de sinais, a linguagem dominante dos ouvintes em seu ensino e aprendizagem. Somente assim é que se poderá efetivamente mencionar a inclusão, quando junto a esta condição a valorização das potencialidades e não das dificuldades puder ser o eixo do aprendizado.
Assim, o Atendimento Educacional Especializado (AEE) para pessoas com surdez faz a ponte para suprir as demandas do aluno surdo dentro das necessidades de aprendizado, ensinando com maior fluidez a sua língua mãe e oportunizando o apoio necessário à equiparação. É um espaço de paridade e desenvolvimento, que se orienta ao que o aluno apresenta de necessidades e o estimula a superação de seu quadro geral, para a melhoria do mesmo. Nele, são construídas e reconstruídas experiências e vivências para a produção do conhecimento, permitindo a dialogia na aprendizagem e também sendo o primeiro espaço de construção das práticas pedagógicas desejadas.
Por fim, no AEE, o aluno deverá ter o aporte em sua língua e também o apoio para dominar e compreender a língua portuguesa, sendo o AEE um espaço de alocação e engajamento do indivíduo no seio educacional, de equiparação e igualdade. Sabe-se das diferenças entre a língua de sinais e a língua portuguesa e também está no AEE, de modo específico no trânsito entre o ambiente ouvinte e o surdo, a chave para a transposição e domínio destes dois conhecimentos. Sendo assim, tanto pode servir para o ensino da língua portuguesa como um todo quanto para o ensino de LIBRAS, quanto para ambas as linguagens.

Referências:
DAMÁZIO, M. F. M.; FERREIRA, J. Educação Escolar de Pessoas com Surdez-Atendimento Educacional Especializado em Construção. Revista Inclusão: Brasília: MEC, V.5, 2010. p.46-57.



Observações: Imagens de Atendimento Educacional Especializado - Para Pessoas com Surdez de uma escola municipal em Campo Grande-MS

domingo, 8 de dezembro de 2013

POSSIBILIDADES INCLUSIVAS - DESCRIÇÃO E AUDIODESCRIÇÃO

         Entre as diversas possibilidades que vem sendo apresentadas às pessoas com deficiência é possível observar a audiodescrição como um grande avanço principalmente para pessoas com cegueira e baixa visão. Esta tecnologia permite que a pessoa com deficiência visual possa reconhecer plenamente o que se passa em um filme, ou uma imagem  com riqueza de detalhes.
Fazendo uso destas ferramentas na escola é possível contribuir de forma eficaz com a aprendizagem e reconhecimento de mundo não só do aluno especial, como também, com aqueles não apresentam nenhuma deficiência, já que possibilita a aquisição de conhecimento principalmente por meio de relatos de atividades, filmes, histórias para os alunos de uma sala de aula como um todo.




Aladown e a lâmpada maravilhosa
O jovem Aladown é um valente rapaz que tem
Síndrome de Down. Um dia, ele encontra uma
lâmpada mágica e passa a contar com a ajuda
de um poderoso gênio para viver grandes aventuras.

Alice no país da inclusão
Alice é uma menina autista que vai parar no País da Inclusão,
um lugar onde todos possuem livre acesso e onde
 o preconceito a pessoas com deficiência não tem vez.

A Bela amolecida
No dia do batizado da princesa Ângela, uma malvada feiticeira
 lança sobre a menina uma poderosa maldição. 
Para tentar libertar a moça do feitiço, surge um valente 
príncipe que vem tocando uma potente cadeira de rodas.

Branca Cega de Neve
Branca Cega de Neve é uma linda princesa que não enxerga. 
Quando vai morar com os sete anões na floresta, ela descobre 
que pode usar os seus outros sentidos para se defender 
da malvada madrasta.

João sem braços e o pé de feijão
João sem Braços sobe por um pé de feijão
e vai parar no castelo de um poderoso gigante.
Para fugir e levar a Galinha dos Ovos de Ouro,
ele tem que usar a sua inteligência.

 
Cócegas na floresta - João e Maria
João e Maria são gêmeos que não escutam.
                                          No dia em que encontram uma casinha de doces
                                          no meio da floresta, eles são aprisionados por uma
                                          velha bruxa e precisam usar a língua de sinais para
                                          planejar uma fuga.

Pinóquio das muletinhas
Pinóquio é um boneco de madeira que caminha
 com a ajuda  de duas muletinhas. Só que para 
se tornar  um menino de verdade, ele precisa
 demonstrar que possui um bom e valoroso coração.

O pequeno polegar que não conseguia caminhar
Polegar é um menino que não consegue caminhar.
Ao ser abandonado na floresta, ele decide tomar
conta dos seus irmãos e protegê-los do Ogro Malvado.

O segredo de Rapunzel
A bela Rapunzel vive trancada numa  torre 
até o dia em que um valente príncipe  por ela
 se apaixona. Porém, o príncipe não sabe que
 ela guarda um grande segredo.

Chapeuzinho da cadeirinha de rodas vermelha
Chapeuzinho é uma menina feliz que vive com a mãe
e precisa de uma cadeira de rodas para se locomover.
 No dia em que leva uma cesta de doces para a sua vovó,
ela cai num buraco e precisa da ajuda  do Lobo Mau
 para continuar o passeio.

Cinderela sem pé
Cinderela nasceu sem um dos pés e usa um pé 
de madeira  para caminhar.  Ao ser convidada para o 
baile do castelo,ela conta com a ajuda de sua
 Fada Madrinha para viver uma noite mágica.





"Era uma vez um Conto de Fadas Inclusivo” reúne 11 livros, com textos e ilustrações de Cristiano Refosco e design gráfico de Leandro Selister.
As histórias são inspiradas nos clássicos contos de fadas apresentados em uma versão diferenciada, onde os personagens principais possuem algum tipo de deficiência.

O objetivo principal da coleção é se tornar um instrumento de apoio no trabalho de inclusão das pessoas com deficiência na sociedade, fomentando a utilização dos livros tanto nas atividades escolares quanto no convívio familiar. A coleção inclui um CD com audiodescrição das histórias.

http://www.imaginancia.com.br/index.php